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Cidade Poéticas Rueiras

O Rei Ambrósio vive no corpoQuilombo de Agnes Maria e Eduarda Damásio.

Palavra ancestre de Resistência.

24/02/2025 23h59
Por: Alessandro Dornelos
Tambores do Rei Ambrósio
Tambores do Rei Ambrósio

Eu não posso deixar o corpo esfriar!

Sentado na poltrona do Centro Cultural José Maria Barra, dentro da II Mostra de Cinema Sesiminas Uberaba, a mente, a memória, o cardioPensamento voou longe nesse rasante de andorinha que não admite o final do dia solar. Diante de filmes longas e curtas metragens realizados por cineastas de Uberaba e região, a vida enunciou e anunciou a chegada do Rei.

Os Tambores do Rei Ambrósio com direção de Cássio Pereira dos Santos e Érika Pereira dos Santos trouxe à baila a história dessa África sediada na cidade de Ibiá com sua corte RealQuilombola.

Eu não posso deixar o corpo esfriar!

Dava pra sentir o choroRio escorrer a água lágrima doce numa correnteza de profundos sentimentos. Lembrei de imediato do Capitão Carlinhos, finado capitão do Moçambique do Bairro Juiz de Fora na cidade de Dores de Indaiá- MG. Capitão Carlinhos cantava rezando uma afroLadainha que dizia assim:

A minha voz ninguém tira

só se Deus mandar tirá!

Não! Por mais que tentem a vozTambô dos ternos do Rosário não serão calados, nem em Ibiá, nem em qualquer município dessa AfroGerais. A vozQuilombo do Rei Ambrósio vive no corpoResistência de Agnes Maria e Eduarda Damásio. Sob a proteção do Coletivo Afrontar-se, importante reduto de luta contra o racismo na cidade de Uberaba, a presençaKalunga dessas duas estudiosas, historiadoras de essência e diploma, oferecem uma encruza de possibilidades nessa empreitada de salvar vidas e transformar mentalidades com palavras, exemplo e referência.

Eu mundaninho reverencio Agnes Maria e Eduarda Damásio! Reverencio Alessandro Terras Altas, os mais velhos e mais novos da Irmandade do Rosário de Ibiá, que enfrenta as multifacetas do racismo que veste-se de roupagem criminosa para exterminar os filhos da África. Mas a gunga bate! As fitas, o bastão, as caixas, a voz ancestral nas ladainhas entoadas nas alvoradas de luta e dança de fitas e bailados majestosos revelam a boniteza duma festa que celebra a África presente nos nossos dias embatucados de fé e crença em dias melhores.

Eu não posso deixar o corpo esfriar! Eu vi o Rei Ambrósio nos olhos de Agnes Maria e Eduarda Damásio. Escute o tambô De Agnes e Eduarda! Cê escuta? Cê vê? Cê sente? Cê chora? Cê se incomoda? A África do Rei Ambrósio benze os dançantes do Rosário, abençoa a macumba das giras infindáveis contra a criminosa ação racista intolerante contrária aos ancestresEntidades nascidas das bandas de lá! Os tambores do Rei Ambrósio firmaram ponto no Centro Cultural Sesiminas. Eu vi o Rei Ambrósio em Agnes Maria e Eduarda Damásio.

Ficha Técnica

 

Roteiro: Cássio Pereira dos Santos (In Memorian), Agnes Maria e Eduarda Damásio.

Produtora executivas: Erika Persane Bruna Lopes

Diretor de Fotografia: Leonardo Feliciano

Montagem e edição de som: Vanessa Vidal e Flávio Citton

Técnico de som: Francisco Craesmeyer

Trilha sonora: Alessandro Terras Altas

Intérprete: Alessandro Terras altas

Registro Propriedade intelectual: Campo cerrado/Agnes Maria / Eduardo Damásio



1 comentário
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Jair dos Anjos AnjosHá 2 meses UberabaParabéns muito bom sucesso
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