As(os) Agentes Territoriais de Cultura (ATCs) fazem parte dessa novíssima estratégia do Governo Federal de implementação e disseminação das políticas culturais por todo o território brasileiro através do Sistema Nacional de Cultura, o SUS da Cultura. São 601 agentes territoriais de cultura em todos os cantos do Brasil com a tarefa de estudar as políticas culturais e fazer com que se conheça e implemente este sistema, através do diálogo com fazedores de cultura com o objetivo de estruturar secretarias e comitês de cultura com mais acessibilidade principalmente para as regiões interioranas, que historicamente carecem de recursos das políticas públicas.
A principal característica das(os) Agentes Territoriais de Cultura diz respeito a sua metodologia de trabalho, que parte da mobilização e educação popular, com a problematização coletiva das ausências que existem no campo da cultura, para criar estratégias coletivas de resolução, comunicação social e difusão de oportunidades nas linguagens dos territórios, utilizando do diálogo e da escuta como ferramentas importantes para o exercício da cultura da democracia. Dessa forma, intercalando estudos teórico-reflexivos com atividades práticas, as(os) ATCs convocam os diferentes coletivos culturais para responder a seguinte pergunta: “como vamos participar das políticas culturais do Brasil?”.
Incentivar a participação social nesse trabalho é um desafio essencial para promover a transformação no campo, pois é no encontro de diferentes saberes que a construção coletiva de conhecimentos proporciona mudanças significativas no cotidiano, utilizando instrumentos pedagógicos de resistência como: a democracia direta, liberdade criativa, autonomia, corresponsabilidade, valorização de lugares geográficos e de fala, além da defesa da humanidade plena, para debater e exercer os direitos culturais da população em espaços e comunidades desprotegidas socialmente.
Dessa forma, cada microregião do Brasil está recebendo agentes comprometidas(os) com a valorização de diferentes culturas: culturas indígenas, culturas periféricas, patrimônios da humanidade, culturas gastronômicas regionais, saberes tradicionais e muitas outras. Aqui em Uberaba, a agente Laura Helena desenvolve seu trabalho em 3 dimensões: é agente cultural no bairro Estrela da Vitória (periferia de Uberaba), supervisora voluntária de estágio em Psicologia e Políticas Públicas na Universidade Federal do Triângulo Mineiro e produtora cultural de artistas periféricos. Enquanto psicóloga e agente territorial de cultura, ela assume o compromisso de oferecer a comunidades periféricas espaços para sonhar em coletivo. Como essas pessoas sofrem com diversos preconceitos, falta de acesso a direitos básicos e que lutam cotidianamente para garantir o mínimo a suas famílias, seu trabalho é desenvolvido promovendo espaços de diálogo e encontros onde elas podem falar, para além das necessidades, o que elas gostariam de ser e de fazer para sua comunidade; assim, são construídas atividades culturais como forma de mobilização popular e reconhecimento dos saberes periféricos como ferramentas de transformação social, reivindicando o exercício da própria soberania através da democracia direta e cidadania ativa.
Laura é psicóloga pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (2024), onde foi co-idealizadora do Programa de Extensão Universitária Mulheridades: Mulheres Protagonistas de suas Histórias (2022); coordenadora de ensino, pesquisa e extensão do Diretório Central dos Estudantes - UFTM (2023); membro da diretoria de assuntos comunitários do Centro Acadêmico do curso de Psicologia (2023); e bolsista do Centro Cultural da UFTM na condição de Produtora Cultural (2023). Atualmente é Psicóloga Clínica e Agente Territorial de Cultura pelo Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC) em Uberaba-MG.
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