Quando vejo Leonardo de Morais Junqueira nos palcos, com o microfone na mão, sinto que a vida para por alguns minutos diante de mim. Lheo Zotto é o Hip Hop vivo! Não saberia descrever outra definição! Desde que me entedo por gente, os elementos da Cultura Hip Hop falam pela voz, falam pelo corpo desse artista genial.
Ao lado de Apollo O Poeta e sob o comando sonoro de DJ Doublee Dee, os raps saídos desse coraçãoTerreiro transformam-se numa narrativa poderosa.
Lheo Zotto simboliza o que há de melhor num Mc. Eu poderia falar sobre seus versos elaborados, sobre sua voz nascida num profundo sentimento de entendimento de mundo, sobre suas batidas magistrais, sobre sua alma que vive o Hip Hop 48 horas por dia. Mas eu poderia falar de um Lheo Zotto que sonhou ser Mc, poeta, produtor e amante fiel da cultura que salvou sua vida.
Leonardo é sem dúvida um dos melhores Mcs que vi na vida.
Quando um Mc assume-se como interlocutor coletivo de uma cultura transformadora, o coração desse mensageiro, desse griot, voltam-se para a nobre tarefa em ser continuidade de tantas outras pessoas que não estão mais aqui.
Lheo Zotto é o Hip Hop vivo! Não existe nada de exagero nessa fala! Uma vida dedicada á essa africanidade chamada Hip Hop! Quem mais abdicou dos próprios sonhos para viver na integralidade dos momentos os ensinamentos Hip Hop? Eu não consegui, mas Lheo Zotto abdicou de tudo e de todos para viver esse sonho!
Escrevo como quem encara o sagrado, admira o grande mestre de perto para quem sabe fazer igual num dia qualquer desse mundo caótico.
Ontem, quando vi Lheo Zotto e Apollo o Poeta cantarem no Slam Ondaka, no quintal do SR. Jair e Agnes Maria, senti uma alegria imensa em poder escutar o grande poeta rueiro da métrica absurdamente genial.
Mestre Lheo Zotto! Que Odé cuide de seus passos, zele da sua voz, de suas produções, de seu encanto por ser um Mc Raiz. Não desista! Não pare de cantar! Sua missão é ser Mc do cotidiano, com ou sem microfone. Não desista de [en] cantar seu verbo, de enunciar seu discurso, de disseminar sua gramática repleta de africania!
Ontem, senti que agradecer seria muito pouco! Achei melhor agradecer em palavra escrita, descrita com amô, reveréncia e referência de quem me ensinou o andar nos trilheiros do aprendizado.
Aí mestrão! Cê é luz Hip Hop! Um dia cê me alumiou! Até hoje guardo essa luz que nunca apaga em mim. Até hoje conservo essa luz em cada palavra que sai do meu interno desejo de escrever, descrever o dia passante
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