Maria das Graças Salvador
Acontece hoje no auditório do Sindicato Rural de Uberaba a palestra “O mito do aquecimento global; desconstruindo narrativas sobre o clima (mudanças climáticas)”, que será ministrada pelo professor Ricardo Felipe, que tem realizado palestra por todo o país para falar sobre o tema.
A reportagem do JORNAL DE UBERABA entrou em contato com a climatologista Wanda Prata, uma estudiosa do processo. Segundo Wanda, não tem nem um bilhão de anos que o homem está na Terra. “Será que nunca passamos por ‘momentos’ iguais a esse. Então, ele não viu nada do que se passou na Terra. Tudo que a gente tem na Terra é através de pesquisa, de perfurações que a gente faz, de acomodação das camadas, o tipo de rocha que nós temos. Então, nós sabemos que em tal época ocorreu isso, que em tal época ocorreu aquilo. A gente sabe, por exemplo, que no Mesozoico nós tivemos desertos. Nós sabemos, por exemplo, que Uberaba era uma fossa tectônica profunda e com o passar do tempo essa fossa encheu de água, porque ela era mais funda. Nós tivemos um período do Mesozoico em que nós tivemos os dinossauros à nossa volta e bebendo a água do lago que deu origem mais tarde à cidade do Uberaba, que nós chamamos essa fossa tectônica, que foi entupida por sedimentos vulcânicos, por derrames de basaltos, que nós temos vários derrames de basaltos que passam por dentro aqui da fossa tectônica. Então, nós tivemos aí a formação da bacia sedimentar de Uberaba”, explica a climatologista.
Ele lembra que quando se fura um buraco para colocar uma planta, esse buraco vai indicar, “se eu furar o buraco, por exemplo, de uns 60 centímetros e eu achar a terra normal, sem adensamento nenhum, significa que aquela terra ou foi uma terra depositada posteriormente e talvez para eu furar um pouco mais para eu saber se eu tenho adensamento. Em outros lugares, eu furo e logo, logo eu acho um adensamento, um palmo para baixo eu acho outro adensamento. O que são esses adensamentos? Esses adensamentos estão me contando que são períodos secos, quatro, cinco, oito, dez anos secos. Secos quer dizer sem chuva mesmo, sem depósito nenhum. Então, as camadas ficam estreitinhas, apertadinhas, você vê direitinho os adensamentos das paredes do buraco. Ou então, ela está nos contando que nós tivemos há alguns anos para, talvez uns 100, uns 300 anos, 400, sei lá quanto, períodos de anos muito secos. Quando se fala em ano seco, é ano sem chuva, é ano em que as chuvas não apareceram na região. Isso, eu estou te falando aqui da nossa região, o que nós temos comprovado aqui”, relata.
E a climatologista afirma que isso vai além: “não bastasse isso, quando você corta uma árvore de tronco grosso, uma árvore de mais de 100 anos, qualquer uma que você cortar, você vai achar círculos na madeira. Estes círculos, os espaços entre um círculo e o outro, é o espaço de um ano. Então, fazendo a leitura dos círculos da árvore, eu vejo o seguinte, que eu tenho lá, de repente, um monte de círculos pertinho do outro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez círculos pertinho. E depois eu tenho um largo, quer dizer, aqueles pertinhos estão me contando que foram anos secos e que não fez madeira. Agora, aquele largo é ano chuvoso que fez madeira. Então, a gente tem muito aonde ler o que foi para trás. Quando eu vejo que na madeira eu encontro essas histórias de anos secos, muito secos, eu encontro também no solo, no subsolo, a história de anos secos, muito secos. Ai pergunto: será que não estamos entrando em um período seco somente por ordem de evolução da terra? Porque a Terra é um ser vivo. A Terra tem uma vida. Não é tanto que o homem esteja jogando CO2. Já foi muito CO2, muito metano para essa atmosfera em outras épocas e a atmosfera limpou. A atmosfera voltou a ser aquela atmosfera que foi possível a vida. Então, essa história de aquecimento global é uma questão que a gente põe em dúvida”, revela Wanda Prata.
Temperatura – “Os oceanos estão mais quentes 1.7 do que estavam uns anos atrás. Isso é certo. Te digo também que os polos estão destrambelhados. O círculo polar ártico e o círculo polar antártico, com a chegada do calor nas regiões equatoriais, que fica preso, foi para os polos, arrebentou os círculos, de maneiras que os vórtices ciclônicos que ficam sobre os polos, estão também destrambelhados. hora gira sentido o ponteiro do relógio, hora gira a favor dos ponteiros do relógio. Então nós estamos, por exemplo, neste ano, com o polo sul girando ao contrário dos ponteiros do relógio. Então ele joga o vórtice ciclônico dele para o centro do polo. Ele não joga massas de ar para as regiões tropicais e equatoriais. Mas em compensação, o trenzinho de ondas que tem uma alta e uma baixa pressão está passando lá no mar da Antártica, pegando o ar frio e subindo e trazendo aqui para nossas regiões esses frios. Por isso é que as nossas temperaturas estão entre 5, 6, 7. Se fosse ar polar mesmo, vindo dos polos, nós tínhamos gelado aí para tudo quanto era canto”.
E continua: “Essa questão que você pode pesquisar as leituras dos troncos das árvores; a leitura de perfis do solo, onde tem os adensamentos. Você pode pesquisar tudo isso para você também chegar a uma conclusão. Eu não acredito nesse aquecimento global. Acredito que nós estamos passando por uma fase mais aquecida. Agora, o homem precisava cuidar mais da vegetação, porque a vegetação absorve o CO2, mas não absorve o metano. Nós temos entrada de metano também para a atmosfera. E, por exemplo, o descongelamento das regiões polares, antes de chegar nos polos, o extremo norte e o extremo sul, eles eram cobertos de florestas no mesozoico. Essas florestas cobertas pelo gelo ficou depositadas ali, transformou em metano, em gás carbônico. Derreteu o gelo, ela mandou para a atmosfera. Então, não é só o homem que está provocando esse aquecimento. Resta a gente saber se nós estamos passando por um período de quantos anos? 5, 10, 15? Nós não sabemos. E não adianta cientista nenhum ficar calculando, porque não temos como enxergar isso. Nós estamos enxergando o presente, o que está acontecendo. No momento, nós estamos mais aquecidos, as nossas temperaturas de modo geral, 3 a 4 graus acima do que seria normal. Mas, até onde e quando vamos? Essa história de ficar fazendo um prognóstico que vai fazer, que vai acontecer, é bastante complicado fazer isso, porque nós não sabemos. Na realidade, não temos como enxergar isso em uma bola de cristal. Ainda tem ainda umas outras coisas que a gente tem visto. Por exemplo, há uma pesquisa de 1700, 1800, em que mostra que a Terra, com os movimentos que tem no Oceano Pacífico, que se chama oscilação de acasala. O Oceano Pacífico tem 30 anos esquentando, 30 anos esfriando. Então, há quem diga que ele já começou a fase de resfriamento. Há cientistas que dizem que o oceano já começou a fase de resfriamento. Então, teremos outras alterações aí futuras. Isso aí é preciso muita cautela para a gente ficar afirmando. Eu acredito que estes governos, quando eles se juntam para falar de aquecimento global, o que está fazendo, o que está acontecendo, é só mais um meio de pressionar os pobres a continuarem pobres e os ricos continuarem ricos”.
Soberania – Wanda Prata lembra, ainda da fala da ministra Marina Silva, de que “Nós somos os donos dessa riqueza”, disse Marina, criticando o desmatamento da Amazônia e ressaltando que o Brasil tem a oportunidade de liderar uma economia sustentável que está sendo desperdiçada por um modelo predatório. “A Amazonia é responsável pela emissão de dez anos de CO2 do planeta inteiro. Se essa bomba de carbono é lançado na atmosfera, a gente entra em ponto de não retorno. Então você tem uma soberania sobre algo que é extremamente necessário para o equilíbrio ou para o desequilíbrio do planeta. Não há como ter soberania sem responsabilidade. Os irresponsáveis que estão destruindo a Amazônia são os que mais estão ameaçando a nossa soberania, porque nos somos responsáveis por um tesouro. Agora, a humanidade vai ficar assistindo a gente destruir algo que irá destruir a humanidade inteira? Primeiro porque nós somos os mais prejudicados. O Brasil é um país absolutamente vulnerável. Sem Amazônia não tem chuva praticamente na América do Sul. 70% do PIB da América do Sul tem a ver com as chuvas produzidas pela Amazônia. A Amazônia tem um aquífero, o Aquífero Alter do Chão que tem água para abastece 7 bilhões de pessoas por 400 anos. Nós somos os donos dessa riqueza”, destaca a ministra do Meio Ambiente.
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