A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou à CNN que os
créditos de descarbonização (Cbios), do programa RenovaBio, devem se
tornar atraentes para investidores em breve. No momento, há controvérsia
a respeito da tributação dos créditos após o presidente Jair Bolsonaro
vetar trecho da MP do Agro que propunha tributação de 15%.
A ministra disse ter conversado sobre o assunto com o ministro da
Economia, Paulo Guedes, e com o ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque. "O Cbio está acontecendo, mas precisa ser mais barato",
afirmou a ministra. "Tenho convicção de que esse título em breve será
muito atraente para investidores que querem comprar títulos verdes",
disse.
Quanto ao desmatamento da Amazônia, que preocupa especialistas e
investidores dentro e fora do Brasil, Tereza Cristina admitiu que há
pontos que podem ser corrigidos, mas também disse que a atenção dada ao
Brasil é maior do que a países que vivem situações parecidas em outras
partes do mundo. "Tem coisas que a gente pode corrigir? Tem, e vamos
corrigir e estamos trabalhando. A regularização fundiária é uma forma",
afirmou. Ela disse que boa parte da cobrança do exterior vem da
propaganda negativa feita sobre o Brasil, "vinda até de brasileiros".
Em relação a planos futuros, Tereza Cristina disse querer retomar as
viagens programadas para tentar abrir mercados para os produtos
brasileiros. "Fiz compromisso de ir à Tailândia, preciso voltar ao
Vietnã - ficamos de abrir mercado para carnes brasileiras, já temos a
abertura para frango mas também queremos para bovinos", afirmou. A maior
esperança para este ano, disse ela, era a Índia, onde a oportunidade de
fazer um trabalho mais efetivo teria sido atrapalhada pela pandemia. "Já
gostaria de ter voltado para lá, vejo grandes oportunidades aos produtos
brasileiros", afirmou, citando gergelim, grão-de-bico e castanhas.
A ministra foi perguntada também sobre a situação de frigoríficos que
exportam para a China, e lembrou que, embora não haja comprovação de
transmissão da covid-19 através de alimentos, o gigante asiático tem
pedido informações após notícias de casos da doença em plantas
brasileiras.
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Consumo de combustíveis leves cai 12,7% no primeiro semestre de 2020
Dados preliminares publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pela União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (UNICA) apontam que o consumo de combustíveis no mercado
nacional atingiu 22,72 bilhões de litros, em gasolina equivalente, no
acumulado de 2020, o que representa queda de 12,7% na comparação com o
mesmo período de 2019.
O etanol hidratado, por sua vez, indica uma retração de 16,7% em relação
ao primeiro semestre de 2019, com um total consumido de 8,96 bilhões de
litros, o segundo maior consumo de hidratado nos primeiros seis meses de
cada ano.
“Esse resultado enfatiza a competitividade do etanol nos principais
centros consumidores frente a gasolina que possibilitou a manutenção da
participação na matriz de combustíveis do ciclo Otto. Ao abastecer com
etanol, o consumidor está usando um combustível não só mais em conta
como melhor para o meio ambiente”, analisa Antonio de Padua Rodrigues,
diretor técnico da UNICA. No acumulado do ano, o índice, que mensura o
volume de hidratado e anidro consumidos pela frota de veículos de
passeio e carga leve indica 47,2%.
Dados de junho
Em junho de 2020 foram consumidos 3,64 bilhões de litros de combustíveis
pela frota de veículos leves. Este resultado indica uma queda de 12,6%
quando comparado ao mesmo período do ano anterior – menor retração
mensal na comparação com 2019 desde o início da pandemia.
O consumo de etanol hidratado no sexto mês de 2020 totalizou 1,33 bilhão
de litros no País, queda de 22,9% em relação a junho de 2019. Este
volume também representa um crescimento de 5,0% no volume demandado de
biocombustível em relação a maio de 2020.