Arahilda Gomes Alves
O mundo das letras é livro ambulante coreografado pelo homem. Junte-se a essa tarefa, o gesto e a firmeza do olhar, na sobrecarga de emoções.
Fácil de se ver o que vai no coração de quem dialoga antevendo boas construções verbais aliadas ao olhar e ao gesto, tríplice imagem de boas revelações.
Há vozes de trovão ribombando madrugadas de malquerenças. Vozes de “vidros quebrados”, ásperas e machucantes. Vozes gazeteiras, símbolo da irresponsabilidade e do fracasso. Vozes altissonantes, chamativas de improvisados palcos. Vozes reticentes, falsas e enganadoras.
Ligadas à saúde física e psíquica, formam “círculos viciosos”, do medo à afonia. Da insegurança aos distúrbios vocais. Todas elas, passíveis de consertos para saudáveis acertos.
Cerne marcante, a voz faz do homem pensante e falante, instrumento de comunicação.
Vozes iluminadas, fieis companheiras. Vozes sonantes antevendo carícias. Vozes firmes, na antevisão da coragem e da luta. Vozes benditas, guardiãs de bons exemplos. Vozes amigas, companheiras da lealdade e do bom senso.
Há vozes adultas com timbre infantil, revelando a eterna criança, não assumindo a responsabilidade, que a maioridade impõe. Há vozes de “hipnotizador”, jamais usadas por comunicadores e fazendo dormir a plateia. Há ‘vozes de trovão’ colocando ouvintes em sobressaltos, agitados e nervosos.
As vozes de ouro, prata ou bronze são timbres agradáveis à audição. Sentimentos detectam através da voz, do gesto e do olhar, qualidades positivas ou negativas, na revelação do nosso Eu. São “cartões de visita”, portas que se abrem para glórias ou insucessos. Instrumentos relevantes e revelantes da personalidade na busca da autoconfiança.
Não se pode quedar-se no silêncio, mesmo conforme velho axioma de que “o silêncio é de ouro”.
E nesta “peroração”, a certeza de que a voz é mais preciosa! Porque na conexão de mentes, acima de tudo, interage a cultura ampliando o saber e atravessando fronteiras!
(Crônica que me trouxe um 1º lugar em Feira Literária de Guadalajara, Conexão México)
Arahilda Gomes Alves - Cadeira 33 ALTM; vice-presidente -2ª-gestão; membro Academia Poetas Portugueses e Academia Letras e Artes Portugal; cônsul Poetas Del Mundo; Academia Internacional do Brasil; diretora cofundadora Fórum Articulistas de Uberaba e Região. Partícipe Rede Sem Fronteiras; sócia Poemas à Flor da Pele. Dois primeiros lugares em Contos (R.S) e Feira do Livro (México). Crônica (2018). Escreve crônicas no JU desde 1993.
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