Arahilda Gomes Alves
Narrada por um escultor francês, século XIX, história que ele intitulou como parábola, sob epígrafe acima. A Verdade e a Mentira passeavam, quando a segunda mostrando o céu, disse à outra: -Como o céu está lindo!
A Verdade testemunhou olhando-o também. Ambas continuaram a caminhada, quando a Mentira convidou a Verdade para um mergulho no lago dizendo: -Veja como a agua está fresquinha. Vamos nadar.
Ambas tiraram suas roupas e se divertiram por bom tempo, quando a Mentira, burlando a atenção da Verdade, saiu correndo levando as roupas da companheira. Quando ela saiu do doce entretenimento, percebeu o que a “amiga “fizera e saiu pelas ruas, nua. O povo se assustava e se escandalizava com a cena. Depois de muito procurar, retornou ao lago pensando em se vestir com as roupas da Mentira. Desistindo da ação, resolveu continuar nua pelos caminhos.
Moral da história: Por isso que a Mentira continua sob os trajes da Verdade enganando a todos, enquanto a Verdade caminha mostrando-se” nua e crua, ” o que chega a escandalizar com toda a sua inocência.
Nunca se viu tanto, em que a mentira troca de roupa desfilando sob os mais ridículos disfarces, nas passarelas da vida. Camufla-se por onde se intromete, quer na vida social e política. Acha-se indestrutível. Joga-se, arrogante, no teatro da vida, impondo-se aos incautos. Veste o seu reinado de falsos engendros. Dança pelos corredores e salas dos palácios considerando-se sábia e maquiavélica. Usa, às vezes, do silêncio, invejosa do sucesso de alguém. Infiltra-se goela abaixo pela garganta da insensatez e da maldade. Rumina sua mediocridade sob artifícios da maledicência. Desprovida da roupagem que a liberta, da honradez que a dignifica e do sonho que a alimentaria, joga-se nos adulterados restos de seu alimento indigesto, de insaciável nutrição. E pouco a pouco, definha-se nas labaredas do seu “fogo fátuo” em cremação de completa asfixia apagando o som imperceptivel da consciência.
A verdade se esforça, mesmo nua e transparente tentando impor seu reinado nobre de valores, na cultura do espírito.
Espelha-se na atitude de outros, onde a dignidade se impõe. Estabelece pactos com a simplicidade, a afinidade, a afirmação ancoradas na sabedoria, na justiça e na Paz. Sábia, enfrenta os arquitetos da edificação da mentira, através da honradez, que o tempo mostrará em colunas sustentáveis. Na solicitação de apoios sem barreiras, firma-se no nobre sentimento do respeito e da dignidade. Na valorosa e valiosa transparência de que através do tempo, a verdade nua e crua se vestirá de trajes luminescentes acobertada, na sua nudez com o manto da honra.
Eis que, por mais que a mentira seja a nefasta companheira do predador da moralidade e da justiça, haverá sempre, a esperança de novos tempos, no triunfo da VERDADE NUA E CRUA!
Arahilda Gomes Alves - Cadeira 33 ALTM; vice-presidente -2ª-gestão; membro Academia Poetas Portugueses e Academia Letras e Artes Portugal; cônsul Poetas Del Mundo; Academia Internacional do Brasil; diretora cofundadora Fórum Articulistas de Uberaba e Região. Partícipe Rede Sem Fronteiras; sócia Poemas à Flor da Pele. Dois primeiros lugares em Contos (R.S) e Feira do Livro (México). Crônica (2018). Escreve crônicas no JU desde 1993.
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