A atividade agrícola está por essência sujeita a fatores não controláveis pelo homem. Embora seja crescente o uso de tecnologias para previsão meteorológica e a implementação de técnicas de irrigação, as variações climáticas e outros fatores externos, como a qualidade de sementes e a incidência de pragas, podem colocar em risco o trabalho e os investimentos de um ano todo. Para evitar prejuízos aos agricultores, o seguro agrícola oferece segurança financeira, mitigando o risco de prejuízos decorrentes de eventos imprevisíveis.
Há duas principais modalidades de seguro agrícola à disposição dos agricultores. A primeira delas é o seguro contratado contra a perda de colheitas, que abrangem diversos riscos, como os seguintes:
a) Variações climáticas
Eventos climáticos extremos, como secas, inundações, geadas, granizo e tempestades, podem causar danos significativos às colheitas. O seguro agrícola oferece proteção contra esses eventos imprevisíveis.
b) Não germinação de sementes
Se as sementes plantadas não germinarem devido a condições adversas do solo ou do clima, o seguro agrícola pode cobrir as despesas incorridas pelo agricultor.
c) Pragas e doenças
O ataque de pragas ou doenças às plantações pode ser devastador. O seguro agrícola ajuda a cobrir os custos de controle e recuperação das colheitas afetadas.
Há também seguros destinados a riscos específicos da atividade agrícola, tais como:
a) Seguro de proteção de renda
Este tipo de seguro ajuda a proteger a renda do agricultor, compensando perdas financeiras causadas por uma queda nos preços das commodities agrícolas.
b) Seguro de armazenamento
Protege os agricultores contra perdas de qualidade ou quantidade de produtos armazenados devido a eventos como incêndios, infestações de pragas ou problemas de manuseio.
Embora o seguro agrícola seja uma ferramenta importante para proteger os agricultores contra riscos imprevisíveis, existem desafios legais que podem surgir quando os agricultores não conseguem obter o pagamento da indenização junto às seguradoras. Alguns dos problemas mais comuns incluem:
1. Avaliação de danos
Determinar a extensão dos danos às colheitas pode ser complexo e depende de comprovação técnica. As seguradoras e os agricultores podem ter visões diferentes sobre a gravidade das perdas, o que pode levar a demandas judiciais.
2. Cláusulas de exclusão
As apólices de seguro agrícola muitas vezes contêm cláusulas de exclusão que especificam circunstâncias em que a cobertura não se aplica. Disputas podem surgir quando os agricultores alegam que suas perdas deveriam estar cobertas, enquanto as seguradoras afirmam o contrário.
3. Atrasos no pagamento
Os agricultores dependem dos pagamentos do seguro para recuperar financeiramente após perdas. Atrasos no pagamento podem prejudicar gravemente sua capacidade de se recuperar e reinvestir na próxima safra.
4. Má-fé das seguradoras
Em alguns casos, agricultores alegam má-fé por parte das seguradoras, alegando que as empresas não agiram de boa-fé ao avaliar e processar reivindicações.
O entendimento dos Tribunais, chamado de jurisprudência, em casos de seguro agrícola varia de acordo com as circunstâncias específicas de cada caso. Numa próxima oportunidade trataremos especificamente das ações judiciais destinadas a compelir as seguradoras a pagar as indenizações cobertas pelo seguro, abordando os principais assuntos discutidos e os principais motivos que podem levar ao sucesso ou ao insucesso dos processos.
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