O Caos também sente por Nan.Caos

Nesse arrasto de palavras eu sinto! Sinto, porque sentir atravessa-me  em tantas partes que mal sei nomear. Só sei dizer e amar um tanto dessas léguas no fundo da alma do neto primeiro do meu avô Waldemar.  
Encanto-me com as tuas cores, com teus corres, pois socorre-me em coisas que ainda não aprendi nessa vida.
Faz da arte um atributo  de vivências,  de ressonâncias na caixa torácica do peito sentido os dias sem seus grafismos coloridos de colores intensos.

Penso em ti! Penso como quem pensa no  orixá de nascença, como  quem pensa nos discos da Black Rio que nunca tive, como quem pensa na chegada da Tia  Eunice na minha casa que não existe mais.
Hoje, qualquer palavra dita, repetida em looping será poco demais, matéria ínfima diante do caos que sente a arte na epiderme e nos olhos que transbordam folhas caídas de uma árvore que não sei o nome de batismo nem o nome científico.

A exposição  de Mariana Prata ou Nan. Caos  intitulada "o caos também  sente" na Casa Rosa de Edson Fernandes e Ana Carolina no Slam Ondaka revelam a beleza duma artista rueira. Encruzas entrecruzadas num caos que sente a vida numa onda sentida no grau máximo  de intensidade. O que disser ainda é muito pouco Mari!  Articulo palavras na vã esperança  de alcançar a arte advinda  dos teus mistérios matizes. Por agora, continuo a segredar a palavra herdada da vó Dita rezando para que isso basta, para que isso caiba no seu caracol de muitas águas nesse mundo.
Meu operariado das palavras, minha reza bendita no pé do eito das miudezas sagradas carrega um cadim docê. 

O caos que sente serpenteia, cria voltas e voltas  em torno do pescoço num esforço em ser colar que adorna os dias incompletos.

Sem sua arte a vida parece chocha!
Você  é arte! Você  é artista! E mesmo que diga o contrário,  meu coração te vê em espelho e refrata tua luz encantadora de spray , sticker e sentimento. 
Por um momento agradeço. Desço valente no rasgo das brechas mundanas e digo sem medo de escutar minha própria  voz.
Mariana  Prata é dessa arte que sente o caos do cotidiano na ponta dos dedos sujos de professorado arteiro.

Para conhcer @nan.caos no instagram