Eu preciso escrever para não morrer!

Eu preciso  escrever pra não  morrer! 

Essa frase não é minha. Esse poema foi escrito por Luciene  Oliveira. Essa frase talvez sintetize todo o sentimento vivido nesse final de semana.  Do Sarau do Slam Duamô com a comemoração  do aniversário  do poeta Wellington Sabino ao Slam Pangeia. Muitas sensações,  muitos experimentos de vivências que ficarão gravados  e guardados na memória.

Pra quê a gente escreve?

Porquê  a gente escreve?

Porquê raios pessoas se reúnem em quintais de casa de conjunto, em praças, em bares para falar poesia afroFalada?

Ana Camila diz que "muita gente tem casa, mas não tem lar!""

Você  sentiu essas palavras?

Se não, convido você  leitor a fazer uma visita aos slams da cidade de Uberaba.

Talvez você  entenda e sensibilize a audição  ao ver e ouvir a pequena Helena gritando as notas do Slam Pangeia:

10, 10 e 10! 

Erês vivem nesse território da poesia falada de Uberaba. Nesse território empalavrado, poetes fazem da palavra uma oportunidade de viver uma nova realidade em suas vidas. Não somos um punhado de pessoas segmentadas numa bolha. Desde 2017 enunciamos um chamamento, um convite aberto para se achegar, aconchegar em cada edição de poesia falada.

Eu preciso escrever para não morrer!

Quantos de nós foram salvos desde o primeiro slam nos idos de 2017 no espaço sagrado de Thaís Collus?

Quantos de nós tiveram esperança de dias melhores após a participação em três rodadas, com notas e jurados duma competição de poesia falada?

Nós existimos como coletivo! Não somos privilegiados, nem melhores, nem salvadores do universo! Somos como todo ser que luta, paga as contas, estuda, sente e chora! Nossa diferença é que vemos o mundo através do lirismo poético!

Eu preciso escrever para não morrer!

Poetas vivem pelo exercício diário da palavra. Sarau Baobá, Slam Gameleira, Slam e Sarau Duamô, Slam Ondaka/ Ondaka Curto e Slam Pangeia. Trap Ura, PDS 4Real, Batalha da NT, Batalha da Praça, Batalha do Calçadão, Mc 's vivem pelo exercício diário da palavra!

Eu preciso escrever para não morrer!