O Dia da Mulher Africana, comemorado nesta data, dia 31 de julho, é de grande relevância para a celebração das conquistas, lutas e contribuições das mulheres africanas e afrodescendentes.Instituída em 1962, durante a Conferência das Mulheres Africanas, realizada em Dar es Salaam, na Tanzânia, e é um momento importante para reconhecer e valorizar a força, a resiliência e a diversidade multicultural das mulheres negras.
A criação do Dia da Mulher Africana surgiu em um contexto de luta pela independência de vários países africanos, onde as mulheres desempenharam papéis fundamentais tanto na resistência contra a colonização quanto na construção de novas nações. Como mulher negra, posso afirmar que mulheres enfrentaram e ainda hoje enfrentamos inúmeras adversidades, incluindo discriminações de gênero, violências das mais diversas, inclusive de classe e racismo, mas continuamos a ser pilares de nossas comunidades e protagonistas nos espaços em que atuamos.
Sabendo que a mulher negra, leia-se africanas e afrodescendentes carregam uma energia vital ancestral que transcende o tempos e espaço em que ela esta inserida nessa existência, uma vez que um só corpo representa toda uma ancestralidade.
No Brasil, a celebração do Dia da Mulher Africana ganha uma dimensão especial devido à significativa população afrodescendente no país. O Brasil é a maior nação negra fora da África, e a herança cultural africana está profundamente enraizada na sociedade brasileira, influenciando aspectos como a música, a culinária, a religião e as tradições populares.
A data serve como um momento de reflexão sobre a contribuição das mulheres afro-brasileiras para a formação do Brasil. Desde a época da escravidão, passando pela abolição e até os dias atuais, essas mulheres têm desempenhado papéis cruciais na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Celebrar o Dia da Mulher Africana é reconhecer as lideranças femininas negras que têm se destacado em diversas áreas, como política, educação, cultura e ativismo social.
Além disso, a data é um importante instrumento na luta contra o racismo e o sexismo. É uma oportunidade para amplificar as vozes das mulheres negras, destacar suas demandas e promover a igualdade de gênero e racial. No Brasil, onde as desigualdades sociais são marcantes, é essencial abordar as especificidades das opressões enfrentadas pelas mulheres negras e buscar políticas públicas que promovam sua inclusão e empoderamento.
O Brasil tem inúmeros exemplos de mulheres afro-brasileiras que têm feito a diferença em suas comunidades e no cenário nacional. Entre elas, destacam-se figuras como Aparecida Conceição Ferreira, mulher negra, Uberabense, que lutou para que os doente do fogo selvagem pudessem ter humanidade, Dandara dos Palmares, que lutou pela liberdade dos escravos, e contemporâneas como Conceição Evaristo, escritora e ativista, e Benedita da Silva, política e primeira mulher negra a governar o estado do Rio de Janeiro. Essas mulheres são exemplos vivos do legado e da importância das mulheres africanas e afrodescendentes no Brasil as quais não podem jamais serem esquecidas, sendo nosso papel lembrar da existência delas.
Ademais, o dia da Mulher Africana é uma data que vai além da celebração; é um chamado à ação para reconhecer, valorizar a memória de nossas ancestrais e apoiar as mulheres negras em suas lutas diárias. No Brasil, sua importância é ainda maior, dado o contexto histórico e social do país. Celebrações como esta são essenciais para construir uma sociedade mais inclusiva e equitativa, onde todas as mulheres, independentemente de sua origem, possam viver com dignidade e respeito.
Por fim, que possamos sempre valorizar a existência e memória das nossas mulheres negras ao redor do mundo, a final como disse a empresária Monique Evelle: “ se a coisa tá preta, a coisa tá boa.”
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