Depois de vivenciar o pior surto de dengue de sua história, Minas Gerais olha com apreensão para 2025 e já se prepara para uma nova disparada de casos até o fim deste ano. Na quarta-feira, 7, a Secretaria de Saúde anunciou o início antecipado das ações de prevenção e a alocação de R$ 163 milhões para enfrentar as arboviroses.
A circulação de um novo sorotipo da dengue — entre os quatro existentes — é uma das principais preocupações para o próximo ano. “Estamos olhando com preocupação para o próximo ano, pois o sorotipo 3 está circulando no Brasil como uma novidade. Sabemos que, em casos de co-infecção, o risco de casos graves é maior”, afirma o secretário de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti.
Até ontem, Minas já registrou 1.698.369 de casos prováveis da doença — ou seja, os notificados, exceto os descartados —, registrou 894 óbitos e está com 572 óbitos em investigação e a perspectiva é que esse número aumente ainda mais com a chegada do período chuvoso, em novembro.
Diante desse cenário, o Governo de Minas anunciou o investimento de R$ 163 milhões para que os municípios se preparem para o próximo período sazonal das arboviroses, que vai de novembro a maio. A época de chuvas e calor intenso é propícia para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, além do mosquito pólvora (ou maruim), que transmite a febre oropouche, diagnosticada pela primeira vez no estado em 2024.
“Vivemos, em 2024, o pior ano da nossa história de casos arboviroses, com mais de 1,6 milhão de casos. Não podemos esquecer que os ovos do Aedes estão depositados em diversos locais e, logo, logo já volta a chover. Então cada cidadão mineiro precisa fazer sua parte e limpar os reservatórios passíveis de ter água parada, como pratos de plantas, calhas e ralos, para quando chegar a água não ter nenhum ovo ali próximo de ecodir. Não podemos esquecer que os ovos dos mosquitos já estão depositados em diversos locais. Logo voltará a chover. Isso significa que teremos vírus e mosquitos circulando no nosso estado”, alertou o secretário.
“Já a febre oropouche é uma doença causada por um outro mosquito, o maruim, e que está nos preocupando, porque já temos mais de cem casos confirmados em Minas. Esse transmissor tem vínculo com locais com acúmulo de matéria orgânica, folhas ou bananeiras. Então precisamos redobrar os cuidados”, explicou Fábio Baccheretti.
Investimentos – Do total que será investido, R$120 milhões se referem a custeio livre para que os municípios planejem as ações em nível de cada território, sendo R$90 milhões pagos ainda em 2024 e os outros R$30 milhões nos primeiros meses de 2025. Os recursos poderão ser utilizados ainda no enfrentamento às doenças transmissíveis agudas causadas por vírus respiratórios, que também são caracterizadas como emergência em saúde pública.
Outros R$28 milhões serão destinados para que os consórcios intermunicipais de saúde contratem serviços complementares de Ultra Baixo Volume (fumacê), como estratégia de combate ao vetor.
Além disso, serão destinados R$15 milhões para a continuidade dos trabalhos dos drones, estratégia inovadora que pretende mapear os locais com água parada e, em situações em que o Agente de Combate a Endemias tenha dificuldade de acesso, o veículo aéreo não tripulado (Vant) poderá fazer uso do larvicida, eliminando focos do Aedes aegypti.
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