Para evolução do nosso entendimento, é essencial compreender a “raiz” da palavra democracia.
Segundo, Oxford Languages:
democracia
substantivo feminino
política
1.
governo em que o povo exerce a soberania.
2.
sistema político em que os cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas.
3.
regime em que há liberdade de associação e de expressão e no qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários.
4.
país em que prevalece um governo democrático.
Origem
⊙ ETIM(1671) grego dēmokratía, de dêmos 'povo' + * kratía 'força, poder'
Origem
A palavra tem origem no grego "dēmokratía", de "dêmos" (povo) e "*kratía" (força, poder).
É interessante notar que, embora a democracia seja um substantivo feminino, seus conceitos foram predominantemente formulados no masculino, começando pela própria origem da palavra.
Nossa sociedade ocidental, um produto da Civilização Grega, foi desenvolvida entre 800 e 347 aC, quando os homens gregos estabeleceram a pólis, cidades que introduziram o conceito de cidadania, direitos e deveres dos cidadãos.
No entanto, quem foi considerado cidadão naquela época? Apenas homens livres, nascidos nas cidades, com mais de 21 anos e filhos de pais cidadãos. Mulheres, crianças, estrangeiros e escravizados foram excluídos dessa definição.
E quais são os valores da Sociedade Grega para os Homens Cidadãos?
A VIRILIDADE – do Latim Virilitas, que significa Homem, masculinidade e traz os conceitos Vigor, Robustez, Saúde, Coragem, Astúcia que se desdobram em energia, vigor moral, potência, corpo perfeito, 100% funcional, beleza, inteligência, luta, guerra!
Aonde estão as mulheres nessa construção de sociedade? Na construção da democracia?
Pitágoras, entre 570 e 496 aC, expressou uma visão degradante ao afirmar: “Há um princípio bom que criou a ordem, a luz e o Homem; é um princípio mau, que criou o caos, as trevas e a mulher”.
Durante o Iluminismo, o chamado Século das Luzes (1685 a 1815), o privilégio masculino continuou a prevalecer na "evolução da sociedade", pois as mulheres eram consideradas inferiores. Em 1791, a França prometeu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
E quando constituída a Democracia, vem o Voto. Nesse texto, segundo a definição mínima, a decisão sobre quem está autorizado a exercer o poder está baseada na lei, que a submete ao voto dos cidadãos (em substituição à antiga prática do sorteio); o voto é considerado um direito democrático se todos os indivíduos afetados por decisões coletivas puderem influir na escolha em condições iguais, podendo votar e ser votado. Mas aí, se votava em quem? EM HOMENS!
Já na época do Iluminismo, surgem os movimentos sociais feministas, por mais direitos políticos e sociais para as mulheres. E o que isso nos remete aos dias atuais?
A estrutura e a cultura da nossa sociedade têm por base princípios masculinos há mais de 3 mil anos e foi criada por Homens para os Homens, excluindo-se todos os demais grupos. E reproduzimos esses conceitos em nossa forma de pensar, em nossas ações, em nossa relação social. Apenas em 1.948, veio a Declaração dos Direitos Humanos. São apenas 76 anos de construção de “igualdade”.
No último dia 26 de agosto, foi mais um Dia Internacional da Igualdade Feminina. Ainda estamos falando de mais de 130 anos para se ter igualdade de gênero. Ainda estamos discutindo leis, ao longo da nossa história, para que as mulheres sejam minimamente respeitadas em nossa sociedade. Ainda lutamos para viver e sobreviver.
Este texto foi construído à partir de trocas com Maria Ligia Kiefer, (aqui também contém partes dele) que você também pode consultar outros olhares. E vamos, novamente, reforçar:
E então, estamos falando de DEMOCRACIA, para quem?
Referências Bibliográficas
https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/
https://sites.usp.br/nupps/wp-content/uploads/sites/762/2020/12/Anexo_02_Democracia-verbete.pdf
https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
https://institutoressurgir.org/2020/08/26/evolucao-da-legislacao-direitos-da-mulher-brasil/
Autora: Mulher cisgênero, 40+, negra de pele clara, natural de Campinas/SP e atua com Experiência do Cliente, Vendas, Palestras e Facilicitação em Diversidade e Inclusão e Mentora de Carreira. Formada em Gestão Comercial, graduanda em Relações Públicas, Pós Graduada no MBA em Gestão Estratégica de Vendas e Relacionamento. Professora e Cerimonialista voluntária da Inatos, ONG que forma jovens aprendizes em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Mentora voluntária na Salto Aceleradora. CEO e Co-Fundadora da Ascensão Negra e da página Pretos em Pauta. Co-Host do podcast EMCAST. Facilitadora de softskills na Edtech Awalé. Atuante na área comercial há mais de 20 anos, principalmente no mercado segurador. Vasta experiência em gestão de crise, relacionamento com o cliente e treinamentos.
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