CARTA ABERTA AO SR. LAWRENCE BORGES EM RESPOSTA À SUA PROVOCAÇÃO PUBLICADA NA EDIÇÃO DE 27.09.2024, NA COLUNA BASTIDORES DO JORNAL DE UBERABA.
Uberaba, 27 de setembro de 2024.
Prezado Lawrence Borges,
É lamentável ver alguém que se pretende jornalista recorrer a caricaturas e desinformação em vez de debater ideias seriamente. Suas palavras, publicadas na coluna Bastidores do Jornal de Uberaba, pelo senhor dirigido, revelam não apenas ignorância, mas também um preconceito injustificado contra propostas que visam verdadeiramente melhorar a vida dos trabalhadores e da população de Uberaba.
Primeiramente, é Adriano Espíndola, não Spindola. Este erro básico já demonstra a falta de cuidado com os fatos em sua coluna.
Nossas propostas baseiam-se numa análise rigorosa da realidade atual de Uberaba e do Brasil, marcada pelo desemprego, pela precarização e pela crise social. O senhor tenta ridicularizar nossas ideias como um "discurso estatizante atrasado", mas ignora completamente o contexto e o conteúdo real de nossas propostas.
Por exemplo, nossa defesa da criação de uma Empresa Municipal de Transporte Coletivo não é mera retórica estatizante. Ela parte da realidade concreta em que os trabalhadores de Uberaba são constantemente prejudicados por um serviço de má qualidade prestado por empresas privadas. Nossa proposta vai além: defendemos uma empresa pública de ônibus sob controle democrático dos seus trabalhadores, dos usuários do sistema e da prefeitura, em condições de igualdade. Não achamos justo que o poder público permita a cobrança de tarifas tão caras e ainda presentei com 12 milhões de reais por ano aos proprietários dessas empresas. Queremos um serviço de qualidade, com respeito aos trabalhadores e usuários, incluindo passe livre para estudantes e desempregados.
Do ponto de vista ideológico, tenho orgulho de ser marxista, trotskista e leninista. Isso não é demérito, como uma mente conservadora e reacionária pode achar. É um erro grosseiro associar Stalin aos revolucionários marxistas. Stalin representou a degeneração burocrática da revolução russa, contra a qual Trotsky e a Oposição de Esquerda lutaram. Nossas referências ideológicas incluem Marx, Lenin e Trotsky, representantes da tradição do marxismo revolucionário que se opôs ao stalinismo e isso, repito, é motivo de orgulho.
Nossa firmeza na defesa dos interesses da classe trabalhadora não pode ser taxada de "agressividade" ou "absolutismo". Somos comprometidos com a verdade e a justiça social, e não nos desculpamos por isso. Como advogado, assim como o senhor foi, o senhor deveria respeitar minha conduta profissional séria e ilibada. Não sou absolutista nem agressivo nem no campo profissional, nem na vida pessoal, nem na esfera política; essa carapuça não me serve.
Quanto à realidade em que vivemos, é a do capitalismo em crise, do desemprego, da precarização, da destruição ambiental e da desigualdade crescente. Nossa análise parte justamente desta realidade concreta, não de abstrações.
De fato, defendemos a necessidade de uma transformação socialista profunda. Não escondemos isso. A revolução que propomos decorre da conscientização e mobilização massiva e democrática dos trabalhadores e de todos que vivem de sua força de trabalho - profissionais liberais, empreendedores individuais, trabalhadores assalariados e precarizados, pequenos e médios comerciantes, industriais e agricultores - para lutarem por seus direitos, combinando essa luta com o enfrentamento ao sistema capitalista.
No entanto, é um absurdo sugerir que estamos "convocando uma revolução" em uma campanha eleitoral. Revoluções são fenômenos sociais decorrentes da desigualdade, não algo que se "convoca". Suas palavras demonstram, no mínimo, uma profunda incompreensão dos processos sociais e políticos.
É lamentável que o senhor se preste a um papel de ridicularização do PSTU e de minha pessoa, numa eleição que representamos a única alternativa verdadeiramente de esquerda. Talvez seja daí que venha o ódio que suas palavras destilam.
Estamos sempre abertos ao debate honesto e democrático sobre o futuro de nossa cidade e de nosso país. É uma pena que o senhor tenha optado por um ataque pessoal em vez de um debate de ideias construtivo.
Adriano Espíndola 16
Candidato do PSTU a Prefeito de Uberaba
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Abaixo a nota ora respondida
A campanha de Adriano Spindola, afirmando que ele se repete ao usar um discurso estatizante, associado as ideias de Marx, Stalin ou Lênin do século 19. Descreve sua retórica como marxista, agressiva e absolutista, revelando que falta apenas convocar a população de Uberaba para uma revolução. A crítica finaliza dizendo que Spindola deveria explicar em que realidade vive, em vez de insistir em sua doutrina.
NOTA DA COLUNA
· Reprodução realizada na integra conforme recebido pelo aplicativo whatsapp;
· A Coluna Bastidores pede desculpa ao candidato pelo erro na grafia do sobrenome.
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