Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) reuniu o Conselho Geral, na terça-feira (13) pela manhã, e Assembleia Estadual à tarde, momento em que foram aprovados a continuidade do estado de greve e os próximos passos para luta em 2019.
Os profissionais da educação também participaram de um grande ato contra o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e a Reforma da Previdência, manifestação unificada nacionalmente e realizada em conjunto com outras entidades do funcionalismo público, a chamado da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Central Única dos Trabalhadores e outras entidades sindicais.
As atividades, tanto do Conselho Geral quanto da Assembleia Estadual, reuniram conselheiros e educadores/as de todo estado.
Durante o Conselho, o deputado federal, Rogério Correia, fez uma análise da conjuntura parlamentar em Brasília, ressaltando a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, em segundo turno, no último dia 7 de agosto. “Estarmos aguerridos/as na luta é fundamental. A Reforma da Previdência foi aprovada e seguirá para o Senado. É importante lembrar que a votação foi financiada com emendas parlamentares de R$ 40 milhões para aqueles que votaram a favor. Sabem quanto e de onde retiraram esses recursos? R$ 1 bilhão da Educação!”
Rogério ainda disse que é preciso seguir na luta contra o governador Zema, definido por ele como “antipolítica a serviço de Bolsonaro.”
A luta da educação - A direção estadual fez um breve histórico de luta da categoria na busca por mais valorização e direitos. Foram lembrados importantes momentos: em 2010, com a greve de 47 dias, em 2011, com histórica greve de 112 dias, e o acampamento próximo ao Palácio das Mangabeiras, em 2013.
Também foram lembrados os casos de perseguição contra a categoria, em 2014, com mais de 40 processos na Justiça Eleitoral e a conquista da Lei do Piso Salarial 21.710/2015.
“Estamos pautando o governo do Estado e faremos o enfrentamento pelo tempo que for necessário. A conjuntura é difícil, mas foi com suor e diálogo com a história que conquistamos importantes avanços nos direitos da categoria. Não vamos retroceder e seguiremos juntos e juntas pelo Piso Salarial!”, disseram as vozes da resistência e da luta.
Em coro, com punho erguido, todos e todas responderam: Quem luta, educa!
Pelas ruas de Belo Horizonte, uma multidão seguiu do pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde foi realizada a Assembleia Estadual rumo à Praça Sete, com uma parada mais demorada em frente à sede da Cemig, na Av. Barbacena, para reforçar que o povo mineiro não aceita a privatização desse importante patrimônio público.
Segundo a CUT/MG, mais de 100 mil pessoas protestaram contra a PEC 06/2019 de Bolsonaro e o Regime de Recuperação Fiscal do governo Zema. O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira, disse que os governos Zema e Bolsonaro são privatistas e querem reduzir o Estado na vida das pessoas. “Ir às ruas para se posicionar contrário a essas propostas é necessário, mas, o mais importante é dialogar com a sociedade e fazer com que o povo entenda esse pacote de maldades”, afirmou.
A proposta de Recuperação Fiscal começou com o Temer e está sendo implementada pelo governo Bolsonaro. “Precisamos nos unir contra a entrega do patrimônio público. A privatização da Cemig vai, principalmente, aumentar a tarifa para o consumidor”, ponderou Nogueira.
Calendário de Lutas
- 26/8 – Paralisação total de atividades e participação na audiência pública que debaterá o pagamento do Piso Salarial e as nomeações de concursos públicos.
A audiência será realizada pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), presidida pela deputada estadual e diretora do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.
- 2 a 6/9 – Encontros regionais para denunciar o descumprimento da Lei 21.710, do Piso na Constituição de Minas Gerais, não pagamento do Adicional de Valorização da Educação Básica (Adveb) e contra o processo de municipalização das escolas, promovido pelo governo Zema.
- 7/9 – Participação no Grito dos Excluídos, refirmando a luta pelo Piso, nomeação de concursados, carreira na profissão, e denunciando o RRF e a proposta de privatização da Cemig.
- 12/9 – Assembleia Estadual, Paralisação Total das atividades e “caça ao governador!”
Outros encaminhamentos aprovados:
- Promover a “caça ao governador” do estado.
- Realização de encontros nas redes municipais.
- Realização de encontros com os/as diretores recém-eleitos/as.
- Realização de encontros dos coletivos temáticos do Sindicato.
- Cumprir o calendário nacional de luta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) contra a Reforma da Previdência, quando a proposta for para votação no Senado Federal.
- Moção de repúdio ao presidente Jair Bolsonaro por desrespeitar a soberania da comunidade escolar nas eleições democráticas dos/as reitores/as das universidades federais.
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