Maria das Graças Salvador
Continuará a cover em Uberaba. “Temos um aquecimento da atmosfera grande e aqueceu também os oceanos e tivemos uma alteração gigantesca da distribuição do clima. As áreas polares elas estão derretendo, então o jato subtropical que cercava tanto Polo Sul como o Polo Norte foi todo arrebentado. Assim não está subindo as massas de ar frio – o nosso inverno foi quente – para formar as chuvas, puxando os jatos de baixos níveis da região Norte”, dia a climatologista Wanda Prata.
Ele diz que era assim que formavam as chuvas formando uma tal de zona de convergência, ia subindo molhando tudo. “Esse tanto que tem chovido, tem municípios no Estado de São Paulo e aqui que ainda não caiu uma gota. Como é que forma as chuvas agora? Pelo menos essa semana, que trouxe chuvas significativas para nós, ela se formam assim: existe na região Subtropical uma corrente formada por altas e baixas pressões. Elas dão a volta no globo nas áreas subtropicais e quando chega na América do Sul sobe uma alta e uma baixa pressão para cima da Argentina. A baixa pressão escorrega para o oceano e a alta pressão fica no Continente. A baixa pressão quando chega no oceano, que está aquecido, fica mais quente e quanto mais quente mais baixa a pressão e vai bombeando, jogando água para dentro do Continente. Só que não é um alinhamento de água. É como se pegasse um punhado na mão e atirasse pra dentro do Continente. Aquele punhado de água na mão jogada vai se organizando nas áreas que estão mais aquecidas, de baixa pressão. Neste trajeto até chegar à baixa pressão, porque quando ela sobe para atmosfera já tem um trajeto certo, a baixa pressão que vai puxando e formando extratos, nuvens altas de chuva perigosa que formam no topo dela muito gelo, e se aboleta na baixa pressão organizando a chuva. E como os grãos de gelo que está no topo da nuvem cai e em alguns lugares chega até no chão porque não da conta de derreter e em outros lugares cai a chuva fria. As chuvas no mês de outubro foram organizadas deste jeito, pelo ciclone extratropical no litoral Sul e subiu até aqui”, explica Wanda Prata.
A climatologista lembra que, como o oceano está aquecido e houve um aquecimento geral da atmosfera, “os dados que eles colocam no computador para o ele faça uma previsão futura, ficou furado. Então nada mais dá certo. Só posso dizer que a primeira quinzena de novembro será chuvosa e para frente nós temos que ir olhando devagar o que o satélite está informando para a gente poder saber como vai ser. Se te falar vai ser desse jeito, vai ser daquele, que vai ter muita chuva, eu estou mentindo, porque o que o computador diz, não condiz com a verdade porque o que é colocado no computador para ele fazer o cálculo não existe mais. Temos uma transformação climática muito grande, temos uma corrente marinha chamada Amoc, que embaixo no oceano ela leva o calor para os polos e traz para as regiões equatoriais a água mais fria. Essa também está sofrendo desvio e ela que comanda praticamente a distribuição climática no Globo todo. Então estamos com muitos problemas na atmosfera e para solucionar precisamos repor todos os biomas que foram cortados, foram desmatados, porque até os jatos de baixos níveis que traz a chuva para nós, quando chega nas áreas desmatadas eles desaparecem e não tem como descer para cá. Então está bastante complicado a gente poder falar como vai ser essa temporada de chuva nesse verão. Quando terminas a primeira quinzena olhamos a segunda quinzena”, observa.
Precipitação – Segundo a climatologista, de sábado até o início da noite dessa terça-feira choveu em Uberaba 155 mm. “No sábado choveu 60mm, no domingo 50 mm, na segunda 40 mm e na tarde dessa terça, 5 mm. No sábado, 26, tivemos ventos às 16h42 Raj N NW ( de onde veio) 37 km/h; às 16h47 NW 62,9 km/h; às 16h56 NW (chuva forte) ventos de 79,34 km/h; às 17h outra rajada igual e às 17h20 rajada 44km/h. No domingo, 27, às 17h38 rajada de 42 km/h. As demais foram abaixo de 30 km/h”, informa, preocupada com veiculação de números dando conta que no final de semana choveu 184 mm e dando conta que a informação partiu dela. “Se fosse, a cidade teria ficado toda alagada. Isso é ruim porque deixa as pessoas apavoradas”, finaliza.
Mín. 16° Máx. 28°
Mín. 15° Máx. 29°
Tempo limpoMín. 17° Máx. 29°
Tempo limpo