O Ministério da Saúde confirmou duas mortes por dengue em Minas Gerais e outras duas estão em investigação, conforme aponta painel de monitoramento na quarta-feira, 15. Os óbitos são os primeiros registrados no Estado em 2025. No ano passado, quando Minas Gerais viveu a pior epidemia de dengue da história, a primeira morte foi registrada em 22 de janeiro. Segundo o painel de monitoramento do MS, Minas está com 4.331 casos prováveis de dengue, sendo 1.383 confirmados.
Apesar de o governo federal ter confirmado as duas mortes em Minas Gerais, o boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) ainda não registra os óbitos. No entanto, mostra o crescimento de casos da doença.
Os dados estaduais divulgados pelo Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika, com dados da última segunda-feira, 13, revelam que no período de apenas uma semana, o número de vítimas da dengue, com casos confirmados, passou de 60 para 536, o que representa um aumento de 793%. O registro de “casos prováveis” também explodiu: enquanto o boletim do último dia 7 de janeiro mostra 288, os dados de 13 de janeiro revelam 2.075, representando alta de 620%. Havia, ainda, um óbito em investigação no Estado. Isto no dia 13, porque no dia 15 foram 2 óbitos confirmados e 2 em investigação.
Em todo o ano passado, Minas Gerais registrou 1.695.232 casos de dengue. Ao todo, 1.137 pessoas perderam a vida por conta da doença no Estado em 2024 e outros 348 óbitos ainda estão em investigação, segundo o Painel de Monitoramento de Casos da SES.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, neste ano, até o momento, 53% dos casos de dengue foram registrados em mulheres. Pessoas pardas são as maiores vítimas (47,3%), seguidas por brancas (31,7%). O maior número de registros da doença ocorre entre pessoas de 20 a 29 anos.
Sorotipo 3 – Em meio ao aumento de casos da doença em Minas Gerais, há a preocupação relacionada à contaminação pelo sorotipo 3 da dengue. Na última semana, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em visita à Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, afirmou que a circulação desse sorotipo, que se intensificou após 17 anos, deixa o Estado em alerta. Apenas nos primeiros 10 dias deste ano, Minas Gerais registrou 56 casos do sorotipo 3, o que representa média de pelo menos 5 notificações por dia. O levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) aponta que isso corresponde a 16% de todas as infecções do sorotipo 3 registradas em 2024, que chegaram a 343 casos.
O professor da faculdade de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor em doenças infecciosas e parasitárias, Unaí Tupinambás, ressaltou que a circulação do sorotipo 3 da dengue não ocorre em larga escala no Brasil desde 2008. Com isso, a população está muito suscetível, o que pode resultar em uma crise na saúde neste ano.
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