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Agronegócio acompanha quadro da gripe aviária no Brasil e tranquiliza população de Uberaba

Agronegócio acompanha quadro da gripe aviária no Brasil e tranquiliza população de Uberaba

25/05/2025 04h00
Por: Redação
Especialista afirma que o mais importante neste momento é o monitoramento constante, especialmente de trabalhadores que lidam com aves infectadas – Foto: Freepik
Especialista afirma que o mais importante neste momento é o monitoramento constante, especialmente de trabalhadores que lidam com aves infectadas – Foto: Freepik

Após o caso de influenza aviária registrado no Rio Grande do Sul, a Prefeitura de Uberaba, por meio da Secretaria do Agronegócio (Sagri), adotou todas as medidas previstas no protocolo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), bem como da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), cujo órgão regulador é o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

De acordo com o secretário do Agronegócio, Agnaldo Silva, Uberaba não foi notificada ou teve protocolo a respeito da influenza aviária em seu território. “Por outro lado, alertamos que a prefeitura tem acompanhado de perto e de forma sistemática todas as ações do governo e das autoridades competentes mediante o caso ocorrido no Rio Grande do Sul, que acabou impactando, em partes, Minas Gerais, em razão da importação de ovos daquela região”, disse ele.

Conforme Agnaldo, o município tem discutido o assunto constantemente com o IMA e se mantido vigilante. Atualmente, o Uberaba conta com 145 granjas cadastradas junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária. Deste total, 110 são granjas com aves de subsistência, 30 granjas comerciais registradas, duas granjas destinadas a ensino e pesquisa, um avozeiro, um incubatório e um matrizeiro, registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária.

 

O que é a gripe aviária – A gripe aviária é causada pelo vírus H5N1, um tipo de influenza classificado como zoonótico, ou seja, que pode afetar tanto animais quanto seres humanos. “Diferente de vírus como sarampo ou caxumba, exclusivos do ser humano, o influenza acomete cavalos, porcos, aves, entre outros. Quando ele consegue ‘pular’ de uma espécie para outra, o risco aumenta”, explica Renato Kfouri, infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Essa capacidade de mutação e adaptação é o que torna o vírus um potencial causador de pandemias, como ocorreu com a gripe suína (H1N1) em 2009. O temor atual é que o H5N1, que já foi detectado em humanos nos Estados Unidos, possa passar a ser transmitido entre pessoas, o que ainda não ocorreu.

A principal forma de disseminação do vírus é por meio das aves migratórias, que carregam o vírus em suas fezes. “Um pássaro, voando quilômetros, evacuando em tudo quanto é canto, consegue disseminar rapidamente o vírus de uma de um local para o outro”, comenta o especialista. No Brasil, a detecção do foco em Montenegro, no Rio Grande do Sul, acendeu o alerta para a necessidade de monitoramento, especialmente de pessoas que tiveram contato direto com as aves contaminadas.

 

A gripe aviária pode virar uma pandemia – Hoje, o vírus ainda está restrito às aves, mas o risco real é que ele sofra mutações que o tornem transmissível entre humanos. “Se ele começar a se transmitir, pode ganhar uma proporção, eventualmente, de uma pandemia no futuro”, alerta Kfouri.

A boa notícia é que, diferente da covid-19, o mundo já tem experiência no combate ao vírus influenza. “Temos vacinas de gripe, que podem ser adaptadas rapidamente, e medicamentos antivirais eficazes”, garante.

 

Há risco no consumo de frango e ovos – A resposta é clara: não há risco algum. A gripe aviária não é transmitida pela ingestão de alimentos como carne de frango ou ovos. “A gripe é uma doença respiratória. Ela não é transmitida pelo consumo de alimentos. Não há risco nenhum no consumo de carne de frango, ovos e derivados. O vírus se transmite por via aérea, através do contato com secreções das aves, não pelo alimento”, reforça Kfouri.

Ele esclarece que o bloqueio da exportação de carne de frango de áreas afetadas é uma medida preventiva para evitar que o vírus seja transportado — não por risco ao consumidor, mas por risco de disseminação do vírus para novos territórios. Para Kfouri, o mais importante neste momento é o monitoramento constante, especialmente de trabalhadores que lidam com aves infectadas. Qualquer caso de síndrome gripal ou febre nessas pessoas deve ser investigado, e a pessoa, isolada. Em alguns casos, ele acrescenta que o abate sanitário das aves é necessário para conter o avanço do vírus.

“Temos que ter o monitoramento do vírus para que ele não se torne um vírus pandêmico, ou seja, para que, se ele sofra mutação, tenhamos capacidade de controlar”, conclui.

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