A eleição para o novo presidente do PT está indefinida, depois que a votação no estado de Minas Gerais foi suspensa. Os filiados da legenda foram às urnas para o Processo de Eleição Direta (PED) no domingo 6 em todo o país – exceto em Minas Gerais.
O diretório nacional do PT adiou por tempo indeterminado a eleição para a presidência do partido em Minas Gerais, após a decisão judicial, publicada no sábado 5, determinando incluir o nome da deputada federal Dandara Tonantzin na disputa. O nome da candidata havia sido barrado pelo próprio partido no início da semana passada, por ela não ter quitado as contribuições partidárias. Com a determinação judicial o partido preferiu adiar a votação em Minas, alegando que não haveria tempo hábil para enviar novas cédulas com o nome da deputada aos diretórios municipais no estado. Assim, as eleições aconteceu em todo o país, exceto em Minas.
A suspensão foi comunicada pela Secretaria Nacional de Organização aos filiados na noite de sábado, 5. No comunicado, a Executiva Nacional informou que entrou com um agravo contra a manifestação do diretório estadual, que havia se posicionado a favor da habilitação de Dandara.
“Esta Executiva Nacional não reconhece a legitimidade da manifestação do diretório estadual sobre a decisão judicial e seus impactos na eleição no estado”, afirmou a nota oficial. Em novo ofício, a secretaria também convocou os filiados a aguardar orientações futuras.
A deputada afirmou que está pronta para disputar a presidência do diretório estadual do PT e defendeu que a decisão sobre o comando do partido em Minas Gerais seja feita pela militância, no voto. "Minas Gerais é um estado importante demais no Brasil. Tem uma regra em toda eleição: quem ganha em Minas, ganha no Brasil. Nós estamos preocupados com o fortalecimento do nosso campo político, com a reeleição do presidente Lula. O meu compromisso é com um projeto coletivo de poder. Por isso nós lutamos muito para provar a irregularidade, a ilegalidade, a injustiça do ato de caçar a minha candidatura. Eu sou candidata reconhecida pela Justiça e quero que a militância decida no voto quem deve presidir o PT de Minas Gerais. Estou pronta para isso", afirmou.
Já o atual presidente da legenda, senador Humberto Costa (PT-PE) disse, após votar em Recife, que a judicialização foi “um equívoco”. “Eu sou da opinião de que o partido tem sua autonomia, e as decisões são tomadas por maioria”, disse.
Nos bastidores, aliados de Dandara apontam uma articulação liderada por Gleide Andrade, secretária nacional de Finanças do partido, para barrar a candidatura da deputada federal e apoiar a de Leninha, deputada estadual e vice da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG). O temor seria de que a parlamentar já tivesse conquistado a maioria dos votos entre os delegados, o que poderia alterar o equilíbrio interno da sigla no estado.
Também a candidata à executiva de Minas, a deputada estadual Leninha afirmou que a decisão da Executiva Nacional foi “difícil, mas necessária”, diante da judicialização do processo interno. “Respeitamos a Justiça, mas reafirmamos nossa confiança nas instâncias partidárias, que agiram com transparência e rigor, seguindo nosso Estatuto e os princípios que sempre nos guiaram”, afirmou. E ressaltou sua trajetória no partido desde 1988 e disse manter firme o compromisso de trabalhar por “um PT mais forte e mais perto”, com mudanças que, segundo ela, a militância merece. “A democracia interna do PT é a nossa força. Amanhã é outro dia de luta. E nós? Estamos prontos”, completou.
O diretório nacional do PT se reúne na terça-feira 8 em Brasília, às 17h, em uma reunião do Diretório Nacional. A pauta também incluirá outros processos de judicialização envolvendo filiados que contestam decisões internas da legenda.
A nova data da eleição para a presidência estadual do PT-MG ainda não foi definida. O adiamento pode influenciar a eleição nacional para o comando do partido, já que Minas Gerais possui um grande contingente de filiados.
Inicialmente, a determinação era de que os diretórios regionais apresentassem os resultados até as 14h desta segunda-feira 7. O prazo é para que os diretórios municipais informem os resultados ao sistema nacional é até as 14h da segunda-feira e só serão considerados válidos os resultados acompanhados da lista digitalizada de votantes. Segundo o partido, o prazo segue em vigor.
Ainda não está claro, porém, como a sigla deve finalizar a contagem sem os votos Minas.
Vale lembrar que o vencedor do PED terá a missão de unir as correntes do partido e viabilizar a possível candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição em 2026.
A disputa pela presidência nacional reúne quatro nomes com trajetórias políticas distintas. São eles: Edinho Silva (Construindo um Novo Brasil), Rui Falcão (Novo Rumo), Romênio Pereira (Movimento PT) e Valter Pomar (Articulação de Esquerda).
Os petistas que foram às urnas votaram em chapas para a presidência nacional e também para os comandos estaduais e municipais do partido. Onde houver necessidade de segundo turno, a nova votação acontece, a princípio, em 20 de julho.
A cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) avalia se o resultado das eleições para a presidência nacional da legenda poderá ser divulgado nas próximas horas após o cancelamento do pleito do diretório estadual de Minas Gerais.
O novo chefe do partido só será anunciado caso o vencedor tenha número de votos suficiente para garantir a maioria, sem precisar da contagem de Minas. Hoje não vamos ter o resultado geral. Dependendo da votação que os candidatos tenham, se tivermos um vencedor com número de votos suficiente para que Minas não faça diferença, podemos anunciar — afirmou Humberto Costa (PT-PE).
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