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História do negro e trabalho da Coordenadoria de Política de Igualdade Racial chamam atenção internacional

Os motivos da visita do angolano Aladino Jasse foram a história e os movimentos negros da cidade

17/01/2020 06h00
Por: Redação
Aladino Jasse, assessor da presidência da Angola, que visitou a Fundação Cultural para falar sobre a história do negro em Uberaba - Foto: Divulgação
Aladino Jasse, assessor da presidência da Angola, que visitou a Fundação Cultural para falar sobre a história do negro em Uberaba - Foto: Divulgação

A Fundação Cultural de Uberaba recebeu na tarde desta quinta-feira (16) o angolano Aladino Jasse, assessor da presidência da Angola, fotógrafo e artista plástico. Os motivos da visita foram a história e os movimentos negros da cidade. Ele foi recebido pela jornalista Carmen Amâncio, coordenadora de Políticas de Igualdade Racial, onde o africano apresentou o contexto social do seu país. Amante da cultura negra brasileira, Aladino também apresentou pontos positivos e negativos entre negros e brancos brasileiros.

Como visitante do Brasil, começou a conhecer a cultura e o movimento histórico negro. “Sempre fico no Rio de Janeiro onde me apresentaram o samba e os quilombos daquela região. Por isso comecei a me interessar pelo conteúdo histórico. Também tive acesso ao trabalho de lutas contra o racismo desenvolvido por Uberaba que é um centro de concentração negra no País, escravos que vieram do norte e centro da África”, afirmou.

Aladino também falou sobre as diferenças raciais existentes no País. “O Brasil tem 52% de negros. Eu vou aos centros urbanos e só encontro brancos. Eu entro em uma livraria e encontro 99% de brancos. Eu vou a um shopping e encontro 99,9% de brancos. No Rio de Janeiro na zona norte por exemplo, já consegui encontrar 99,9% de negros. Um racismo equalizado. Um sectarismo que é difícil de entender. No entanto, quando chego no samba, não tem negro; não tem branco. Todo mundo quer sambar. Então porque a diferença no resto!? Se no samba não há cotas, porque cotas para a faculdade!?”, questionou.

Aladino Jasse também quer levar a cultura brasileira aos angolanos: “Vemos o Brasil como o país da feijoada, do carnaval e do futebol. E o que é pior ainda são as novelas e a cultura evangelista que chega à África. Quero levar outra imagem, como a cultura gastronômica brasileira que é apenas uma difusão entre a nossa comida”.

 “Essa troca traz mais fortalecimento. Apresentar essa questão social, política, econômica e cultural do negro na África só enriquecem os valores que a Coordenadoria vem desenvolvendo. Vamos buscar uma parceria. Aladino Jasse voltará para possivelmente falar sobre os valores do país africano trazendo esse contexto atual que a grande maioria dos negros do Brasil desconhece. Nossa nação é formada pela maioria de negro e indígenas. Então, devemos conhecer essa história para termos orgulho de ser quem somos”, salientou Carmen Amâncio.

 

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