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Cidade LGBTQIAPN+

UMA TORTURA CHAMADA "CURA GAY"

Saiba os impactos na saúde mental de pessoas LGBTQIAPN+ causados por essa prática.

20/11/2023 05h00 Atualizada há 1 ano
Por: Laís Corpa
UMA TORTURA CHAMADA

 

Olá,leitorxs!

 

Hoje, falaremos sobre um assunto que causa muitos impactos na saúde mental das pessoas homoafetivas: a chamada “cura gay”.

O projeto Cura Gay, também conhecido pelos nomes Terapia da Reorientação Sexual, Terapia de Conversão ou Terapia Reparativa, consiste no conjunto de técnicas que tem o objetivo de extinguir a homossexualidade de um indivíduo.

Tal conjunto de técnicas inclui métodos psicanalíticos, cognitivos e comportamentais. Além disso, são utilizados tratamentos de ordem clínica e religiosa.

Porém, desde a década de 90, a OMS (Organização Mundial da Saúde) descartou qualquer possibilidade de que a orientação sexual dos indivíduos esteja relacionada à uma doença.

Assim sendo, a OMS determinou que a homossexualidade pode ser definida como uma variação natural da sexualidade humana e não deve ser considerada como doença.

Desse modo, em 1999, o Conselho Federal de Psicologia proibiu que seus profissionais fizessem parte de quaisquer tipos de terapias que tenham o objetivo de alterar a orientação sexual de qualquer pessoa.

Seguindo o mesmo caminho, o Conselho Federal de Medicina também deixou claro que a homoafetividade deixou de ser vista como uma condição patológica pela classe médica há mais de 30 anos.

Segundo o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho: 

 

“O Brasil precisa olhar para isso e entender que isso está produzindo agravos sérios na saúde mental da nossa população, em especial, na saúde mental da população LGBTQIAPN+. São práticas de tortura e, portanto, produzem efeitos drásticos na saúde psicológica de pessoas homoafetivas, entre eles, a própria construção de ideias suicidas.”

 

E, infelizmente, em muitas situações, as pessoas vão além das ideias, que foi o caso da influenciadora Karol Eller, de 36 anos, famosa por ser uma fiel apoiadora do ex-presidente, Jair Bolsonaro.

Karol Eller, após deixar uma mensagem em suas redes sociais, dizendo: “Perdi a guerra. Me perdoem por causar toda essa dor aos que me amam. Mas eu tentei!”, juntamente com seu endereço para o Corpo de Bombeiros, cometeu suicídio no dia 12 de Outubro de 2023.

O fato aconteceu após, em Setembro desse ano, ela se submeter a um processo de “cura gay”, anunciado também em suas redes sociais: “renunciei à prática homossexual, eu renunciei vários vícios e renunciei os desejos da minha carne para viver em Cristo.”

É importante ressaltar que, aqui, não entraremos em pautas de cunho religioso ou político, mas simplesmente no direito das pessoas serem quem elas são.  Karol Eller é apenas um caso, dentre muitos outros, de pessoas que cometem suicídio por tentarem reprimir e mudar quem são para pertencerem à essa sociedade extremamente LGBTQIAPN+fóbica.

Por isso, é muito cruel que as pessoas ainda ofereçam e promovam a “cura gay”, pois o ser humano tem, por natureza, a vontade de pertencer. Assim, ao estarem diante de uma realidade excludente, ele vai fazer de tudo para mudar com o intuito do pertencimento, e quando a última carta na manga não funciona, muitas dessas pessoas renunciam sua própria vida.

Portanto, se você, leitor, sendo parte da comunidade ou não, acolha e recomende ajuda psicológica às pessoas LGBTQIAPN+ que estão com dificuldade de aceitação e que mencionem esse tipo de “tratamento”. Que nunca nos esqueçamos que: NÃO HÁ CURA PARA O QUE NÃO É DOENÇA!

 

As opiniões emitidas pelos comentaristas não refletem necessariamente a opinião do Jornal de Uberaba

 

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